A ampliação da digitalização das obrigações fiscais no Brasil tem imposto desafios relevantes aos pequenos negócios. O estudo realizado pelo
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), com mais de 7 mil entrevistados, indica aumento de 6% no indicador de digitalização em relação ao ano passado.
A frequente alteração nas plataformas digitais e normativas tributárias aumenta o risco de autuações. O papel dos escritórios contábeis tem sido cada vez mais percebido como um recurso adicional para auxiliar pequenos empreendedores na organização e no cumprimento de suas obrigações.
“A digitalização fiscal tem avançado mais rápido que a capacidade de adaptação de muitos pequenos empreendimentos”, destaca Fernando Ramos, contador com experiência no atendimento a microempresas. Ele aponta que, além de cumprir obrigações, o contador tem papel educacional importante nesse contexto.
Embora a resistência à mudança seja comum, observa-se que a automação de processos pode reduzir erros manuais e liberar tempo para atividades mais estratégicas. De acordo com o
Sebrae, esse processo contribui para aumentar a eficiência e a competitividade dos negócios.
Para promover a inclusão digital, instituições como o
Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRCSP) têm oferecido cursos, eventos e cartilhas que facilitam a compreensão das obrigações fiscais digitais.
O tributarista Márcio Martins considera que “os esforços conjuntos entre setor público e privado são essenciais para garantir que os pequenos empreendedores compreendam e apliquem corretamente as exigências fiscais eletrônicas, promovendo segurança jurídica e sustentabilidade”.
O avanço da digitalização fiscal exige não apenas adaptação tecnológica, mas também capacitação adequada e um novo olhar sobre a gestão dos pequenos negócios. A profissionalização da contabilidade pode ser um diferencial para que esses empreendimentos mantenham a regularidade fiscal e ampliem seu potencial competitivo.