Quinta, 27 de Novembro de 2025

Mulheres 40+: apoio ginecológico é essencial no climatério

Período exige atenção contínua à saúde ginecológica, com avaliação de sintomas do climatério, monitoramento da menopausa e prevenção de doenças; Dr...

27/11/2025 às 12h22
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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Imagem de zendaIA no Freepik
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A fase de transição que marca a mudança do período reprodutivo para o não reprodutivo da mulher é chamada de climatério. Esse período é caracterizado por oscilações hormonais que se intensificam antes e depois da última menstruação, marco que sinaliza a etapa final desse processo, segundo o Ministério da Saúde (MS).

Essa última menstruação, confirmada após 12 meses consecutivos sem sangramento, é a menopausa, reconhecida como o fim da capacidade reprodutiva da mulher. Trata-se de um evento biológico associado à redução permanente da atividade ovariana, que estabelece o ponto central das mudanças observadas no climatério.

A Dra. Raquel Machado, médica ginecologista, explica que a diferença entre os dois termos — comumente confundidos — é que a menopausa é a data que marca um ano da última menstruação da mulher, enquanto o climatério é o período que engloba os anos antes e depois da falha progressiva da função ovariana.

"A menopausa está dentro do climatério. O acompanhamento médico nessa fase é importante principalmente para identificar riscos da falência ovariana na saúde da mulher, como doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose e sarcopenia. A avaliação individualizada permite ao médico tratar os sintomas e prevenir essas doenças na mulher madura", detalha a profissional.

A especialista esclarece que o primeiro sintoma, e mais comum, é a alteração do ciclo menstrual, mas os mais conhecidos são as ondas de calor (fogachos), diminuição da libido, névoa mental (esquecimentos), mudanças no humor, alterações no sono e secura vaginal.

"A mulher deve procurar o ginecologista ao perceber sintomas que afetem a qualidade de vida, sangramentos menstruais irregulares incomuns, ou se for mulher com menopausa precoce ou insuficiência ovariana. Quanto mais cedo a avaliação, melhor para prevenção de complicações", alerta a ginecologista.

A menopausa ocorre mais frequentemente entre os 45 e 55 anos, e casos registrados antes dos 40 anos são classificados como menopausa precoce.

Conforme apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), a insuficiência ovariana prematura ou precoce, conhecida popularmente como menopausa precoce, atinge 7,9% da população feminina — cerca de 30 milhões de mulheres no Brasil.

Cuidado ginecológico e prevenção de doenças

Segundo a Dra. Raquel Machado, o acompanhamento médico regular permite tratamento direcionado, como terapia hormonal quando indicada, manejo de sintomas e prevenção de riscos, melhorando a qualidade de vida por meio de planos personalizados.

"A partir dos 40 anos, especialmente durante o climatério, a avaliação clínica é indispensável, incluindo acompanhamento da pressão arterial e Índice de Massa Corporal (IMC), rastreio oncológico cervical conforme idade (HPV), mamografia anual, densitometria óssea quando indicada, exames laboratoriais básicos e testes hormonais, quando a informação clínica for necessária para esclarecer o estado menstrual ou em casos específicos", afirma a especialista.

A médica ressalta que há tratamentos hormonais mais modernos e, também, novas abordagens não hormonais que ajudam a amenizar os sintomas da menopausa com segurança. "Estamos vivendo uma nova era da menopausa, o mundo científico voltou seu olhar para essas mulheres e suas queixas. Existem tecnologias como laser íntimo e bioestimuladores para síndrome genitourinária do climatério e medicações modernas para tratamentos de ondas de calor".

Para a Dra. Raquel Machado, a menopausa ainda é vista por muitas mulheres com certo receio ou tabu, e a informação e o acompanhamento médico podem ajudar a transformar essa fase em um momento de autoconhecimento e cuidado. "Desmistificar a menopausa com informação baseada em evidências e acompanhamento transforma a fase. A escuta médica e educação reduzem estigmas e ansiedade".

A especialista reforça que a avaliação de riscos, a abordagem dos sintomas, planejamento preventivo contra doenças ósseas, do coração e cancerígenas, e empoderamento para escolhas terapêuticas aumentam autocuidado e qualidade de vida da mulher.

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