A expansão das tecnologias minimamente invasivas na medicina, através de cirurgia robótica, vem se consolidando como aliada da urologia moderna com o tratamento de cânceres urológicos e hiperplasia prostática. O câncer de próstata levou a óbito mais de 17 mil homens no Brasil em 2023, segundo dados do Ministério da Saúde repercutidos pela Agência Brasil.
Segundo uma previsão publicada pela revista Lancet, também noticiada pelo portal, a nível mundial, os casos da doença devem duplicar até 2040, passando de 1,4 milhão em 2020 para 2,9 milhões em 2040. O número de mortes também pode aumentar 85% (de 375 mil em 2020 para 694 mil em 2040).
Nesse panorama, o Dr. Carlos Henrique Matos, urologista especialista na realização de procedimentos de alta precisão, avalia de forma positiva o avanço das tecnologias minimamente invasivas na urologia nos últimos anos, especialmente com a chegada da cirurgia robótica.
O urologista destaca que, através dessas tecnologias, todas as especialidades cirúrgicas puderam avançar em tratamentos. “A cirurgia robótica expande os horizontes do cirurgião, fazendo-o alcançar locais de difícil acesso ou muito delicados e permitindo uma dissecção minuciosa, que seria impossível com outras técnicas ou aparatos cirúrgicos”, explica.
O Dr. Carlos Henrique chama a atenção para os principais benefícios da cirurgia robótica: “O robô auxilia o cirurgião a expandir sua capacidade cirúrgica mesmo operando de forma indireta. Através do console, temos uma visão em 3D das estruturas e o movimento das pinças robóticas espelha exatamente o movimento das nossas mãos, visando garantir liberdade técnica mesmo em espaços muito restritos”, explica.
“Já na laparoscopia tradicional, as pinças longas e manuseadas externamente ao abdome do paciente geram muitas limitações técnicas e, quanto mais complexa a cirurgia, mais difícil de realizá-la de forma menos invasiva”, pontua.
Já sobre a cirurgia do câncer de rim, quanto menor o tempo, melhor é a recuperação renal, destaca o médico especialista. “Com o robô, conseguimos realizar a remoção do nódulo e reconstrução do rim em tempo menor e com margens mais seguras”, reporta.
Tecnologias minimamente invasivas auxiliam tratamento de HPB
A hiperplasia prostática benigna (HPB) também tem sido tratada com auxílio de tecnologias minimamente invasivas. O robô pode ser usado no tratamento da hiperplasia, mas existe uma técnica recente e que apresenta os melhores resultados: “Trata-se da enucleaçã o da próstata a laser, que comumente usamos a sigla em inglês HOLEP (holmium laser enucleation of prostate)”, revela Dr. Carlos Henrique Matos.
Para o especialista, a vantagem é que a cirurgia é realizada por via uretral (canal da urina). Não há cortes e o laser permite a remoção completa do adenoma (“miolo” da próstata) que está aumentado, preservando o restante da cápsula prostática.
“A técnica é segura, podendo ser realizada em pacientes que usam anticoagulantes. Não há limite de tamanho da próstata e a chance de a doença retornar é quase nula”, explica.
Recuperação e qualidade de vida
O Dr. Carlos Henrique conta que muita coisa muda para o paciente em termos de recuperação e qualidade de vida quando se opta por uma abordagem robótica: o paciente pode ter o benefício de um tratamento oncológico mais seguro (no caso de um câncer), melhores resultados a curto, médio e longo prazo.
“A modalidade promove recuperação funcional, retorno a atividades e exercícios físicos e, no caso do câncer de próstata, os benefícios na recuperação da continência urinária e funções básicas do órgão são evidentes”, explica.
Cirurgia robótica apresenta poucas limitações clínicas
No Brasil, o robô ainda não está presente nos hospitais na mesma proporção de países desenvolvidos, mas os maiores hospitais do país já possuem a tecnologia. Novas plataformas foram desenvolvidas e acredita-se que haja cada vez maior disponibilidade em breve, revela o médico. “Quanto às limitações clínicas, são raras e consideradas exceções, como deformidades ou múltiplas cirurgias prévias que impedem o acesso ao abdome de forma minimamente invasiva, limitando o uso do robô”, explica Dr. Carlos Henrique.
De uma forma geral, prossegue, toda cirurgia laparoscópica pode ser feita com a plataforma robótica, mas são indicadas para as mais complexas e oncológicas por gestão de recursos hospitalares e custo ao paciente.
“Felizmente, temos cirurgiões de todas as especialidades capacitados e bem treinados em cirurgia robótica no país. Está presente nos Estados mais populosos e nos principais hospitais”, afirma o Dr. Henrique Matos.
Para mais informações, basta acessar: https://drcarloshenriqueuro.com.br/
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