A Associação Hutukara Yanomami denunciou imagens que mostram duas crianças e um adolescente Yanomami amarrados a troncos de árvores e ameaçados por garimpeiros invasores na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. As imagens foram entregues ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal, à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
No vídeo, que foi gravado pelos próprios garimpeiros, os invasores acusam os Yanomami de terem celulares furtados e os amarram, ameaçando-os durante a gravação. O episódio é encarado como tortura, que é crime no Brasil.
As imagens foram divulgadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, e foram registradas na região de Surucucu, próximo ao município de Alto Alegre, onde existem um dos maiores índices de garimpo ilegal do país. Essa região também é afetada por altos níveis de contaminação por mercúrio nos rios devido ao garimpo ilegal.
Os garimpeiros ocupam ilegalmente 215 hectares do território Yanomami na região em questão, de acordo com informações do Ministério da Defesa.
O vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami, Dario Kopenawa, denunciou a “violência brutal” na região do Hakoma e expressou preocupação com a segurança das crianças Yanomami. Ele pediu que as autoridades, incluindo a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Funai, o Exército e o Ministério Público, investigassem urgentemente o caso.
A cooperativa do Movimento Garimpo Legal (MGL) condenou a ação criminosa e afirmou que o crime ocorreu na região do Taboca há cerca de um mês. O líder indígena da comunidade tomou medidas para recuperar os itens concluídos furtados.
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