O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), nomeou Juliano Bacarim como secretário adjunto de Estado de Licitação e Contratação, conforme publicado no Diário Oficial (DOE) em 1º de agosto. Entretanto, a indicação do servidor pelo senador Hiran Gonçalves (PP) tem gerado controvérsias devido ao histórico do nomeado.
Juliano Bacarim já foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) e multado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2010. Na ocasião, ele estava à frente do Departamento de Planejamento da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) do Amazonas. Bacarim e outros servidores foram acusados de aquisição irregular de uma lancha para o Corpo de Bombeiros. O grupo teria autorizado o pagamento antecipado da declaração e simulando o recebimento, embora a lancha só tenha sido entregue 11 meses depois.
Anteriormente, Bacarim ocupava um cargo comissionado na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), onde recebia um salário de R$ 10 mil como assessor especializado. A nomeação levanta questionamentos sobre a nomeação de pessoas atribuíveis a políticos em cargas de importância no governo do estado.
O caso não é isolado. A esposa e o filho do senador Hiran Gonçalves também integram o alto escalão do governo de Antonio Denarium. A esposa, Gerlane Baccarin, ocupa o cargo de secretária da Representação do Governo em Brasília (Serbras), recebendo um salário de quase R$ 30 mil. Em outubro de 2021, ela foi condenada a devolver R$ 114 mil recebidos de forma irregular do Poder Público.
O filho do senador, conhecido como Hiranzinho, atua como secretário adjunto da Secretaria das Cidades, Desenvolvimento Urbano e Gestão de Convênios (SeCidades), com um salário de R$ 24 mil. Antes, ele ocupava o cargo de diretor-geral do Instituto de Modernização Pública da Secretaria de Estado da Gestão Estratégica e Administração (Segad), com um salário de R$ 16 mil.
O tesoureiro do partido de Hiran também ocupa cargo de secretário no governo, sendo titular na Segad com um salário de quase R$ 30 mil.