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Pterígio causa inflamação ocular e pode comprometer a visão
Crescimento anormal de tecido sobre a conjuntiva pode avançar para a córnea, causar desconforto, induzir astigmatismo e comprometer a visão. Dr. Gu...
01/12/2025 13h49
Por: Redação Fonte: Agência Dino

O pterígio é uma condição ocular caracterizada pelo crescimento anormal de tecido sobre a conjuntiva — membrana fina que recobre a parte branca do olho —, que pode avançar sobre a córnea e interferir na percepção visual.

O desenvolvimento do pterígio está associado, em parte, à exposição prolongada à radiação ultravioleta. Um estudo feito em uma comunidade amazônica indicou que 57% dos indivíduos que trabalhavam ao ar livre apresentaram a condição em grau 2, 93,3% em grau 3 e 100% em grau 4, enquanto pesquisa nos rios Solimões e Japurá indicou que 89,5% dos pacientes acometidos trabalhavam ao ar livre — uma das maiores taxas no mundo.

Dr. Guy Romaguera Canto, médico oftalmologista, explica que o pterígio se forma como uma resposta crônica a agressões externas, incluindo radiação ultravioleta, poeira, vento e ressecamento ocular. "É um processo inflamatório de longo prazo que faz o tecido conjuntival proliferar e, com o tempo, invadir a córnea".

O médico esclarece que a exposição solar, especialmente à radiação UVB (tipo de radiação ultravioleta mais energética e prejudicial à conjuntiva), é o principal fator de risco associado ao desenvolvimento do pterígio, no entanto, outros elementos aumentam a probabilidade de seu surgimento.

"Trabalho ou esportes ao ar livre, ambientes secos, poeira e vento, olho seco crônico, predisposição genética e processos inflamatórios repetitivos na superfície ocular aumentam a chance de ocorrência da condição. Por isso o pterígio é mais comum em regiões tropicais e equatoriais", revela o especialista.

Principais sintomas

Segundo o Dr. Guy Romaguera Canto, os sintomas mais comuns que podem indicar o surgimento do pterígio são vermelhidão constante, sensação de areia ou corpo estranho, ardência, irritação e olho seco. "Além disso, pode ocorrer o aumento gradual de um ‘carocinho’ em direção à córnea. O paciente também pode apresentar fotofobia leve e, em casos avançados, deformação da córnea e piora da visão".

O profissional acrescenta que a condição se torna preocupante quando atinge a córnea e começa a encobrir o eixo visual, deforma a curvatura corneana gerando astigmatismo, cresce rapidamente causando inflamação crônica ou provoca desconforto intenso que não melhora com colírios. "Quando chega a atingir o centro da visão, a cirurgia se torna mandatória", afirma.

Opções de tratamento

O tratamento do pterígio varia conforme a gravidade e os sintomas. Em fases iniciais e com sintomas leves, é indicado o tratamento clínico, enquanto a cirurgia é necessária quando há crescimento progressivo sobre a córnea, astigmatismo induzido, irritação crônica, questões estéticas relevantes ou risco de afetar a visão.

"O tratamento não cirúrgico inclui lubrificantes, corticoides tópicos por curto período, anti-inflamatórios, controle do olho seco e óculos com proteção ultravioleta. Já a técnica cirúrgica mais moderna envolve excisão com transplante conjuntival e uso de cola biológica, reduzindo dor, tempo de recuperação e chance de recidiva", detalha o Dr. Guy Romaguera Canto.

Sem acompanhamento adequado, o pterígio pode evoluir com complicações como astigmatismo progressivo, inflamações repetidas e deformidade permanente da córnea. Também pode ocorrer diminuição da visão, avanço sobre o eixo visual e recidivas — reaparecimento do pterígio após tratamento — mais agressivas quando a cirurgia é realizada tardiamente.

O Dr. Guy Romaguera Canto reforça que medidas preventivas são eficazes para reduzir o risco de desenvolvimento da condição. Ele destaca o uso de óculos escuros com proteção ultravioleta, chapéu ou aba larga, lubrificantes oculares para controlar o ressecamento, além de evitar vento intenso, poeira e fumaça, fazer pausas em tarefas de esforço visual e manter acompanhamento oftalmológico regular.

"O pterígio é uma doença comum em regiões quentes e ensolaradas como o Brasil, mas é totalmente tratável. Quanto mais cedo diagnosticado, mais simples é o manejo. E quando a cirurgia é indicada, as técnicas atuais permitem resultados excelentes, tanto funcionais quanto estéticos — com baixíssima taxa de recidiva", conclui o oftalmologista.

Para mais informações, basta acessar: guycanto.com.br/