Roraima Assassinato
Assessora de Telmário Mota monitorava rotina da vítima e passou informações para o ex-senador, antes do assassinato
A assessora do ex-senador também foi vista entregando a moto aos assassinos um dia antes do crime e foi registrada pilotando o veículo
30/10/2023 17h26 Atualizada há 12 meses
Por: Alencar
Foto divulgação

A Polícia Civil conduz uma investigação de grande complexidade envolvendo o ex-senador Telmário Mota, que é suspeito de ter encomendado o assassinato de Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos, mãe de sua filha. A vítima foi assassinada com um tiro na cabeça em Boa Vista no dia 29 de setembro deste ano. O ex-senador teve sua prisão preventiva decretada e atualmente é considerado foragido.

Segundo informações da Polícia Civil, assessora de Telmário, que trabalhou para ele quando era senador, monitorou e fornecia informações sobre a rotina da vítima ao ex-senador. Esse envolvimento suspeito torna o caso ainda mais intrigante.

Os conflitos judiciais entre Antônia e Telmário, bem como as acusações de estupro feitas por sua filha, que foram marcadas para depor à Justiça, são considerados motivos que podem ter levado ao crime.

A operação da Polícia Civil, realizada em conjunto com a Polícia Militar, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), visava prender o ex-senador Telmário Mota e outros suspeitos envolvidos no assassinato , incluindo um sobrinho de Telmário e o executor do crime. Telmário, no entanto, não foi localizado e agora é considerado foragido.

A investigação também aponta que o executor do crime, Leandro Luz da Conceição, está sob suspeitas de envolvimento em outro caso de latrocínio de uma empresária ocorrido em 2019.

A decisão de assassinar Antônia teria sido planejada em uma reunião na fazenda Caçada Real, com Telmário Mota deixando seu sobrinho, conhecido como "Ney Mentira", encarregado da execução. A moto usada pelos assassinos no dia do crime foi comprada pelo sobrinho do ex-senador e, segundo a polícia, adquirida por R$ 4 mil em espécie, estava em nome de outra pessoa e com documentação irregular.

A assessora do ex-senador foi vista entregando a moto aos assassinos um dia antes do crime e foi registrada pilotando o veículo. Ela está proibida de manter contato com os demais investigados, com familiares da vítima, de deixar Boa Vista e deve usar tornozeleira eletrônica.

O assassinato de Antônia ocorreu três dias antes de uma audiência marcada para o depoimento de sua filha, que alegou ter sido vítima de estupro por parte de Telmário Mota. A juíza destacou que a morte de Antônia beneficiou o ex-senador nesse contexto.

O ex-senador divulgou uma nota à imprensa após o crime, negando qualquer envolvimento no assassinato e declarando não possuir sentimentos de vingança em relação à vítima. As investigações sobre esse caso complexo e chocante estão em andamento.